
terça-feira, 02 de abril de 2013 às 11:45
Brasília
– A Ordem dos Advogados do Brasil reagiu com preocupação, nesta terça-feira
(2), à decisão da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara
dos Deputados, de levar adiante a Proposta de Emenda à Constituição (PEC)
209/12, que cria mecanismos para frear os recursos especiais no Superior
Tribunal de Justiça (STJ). Para o presidente nacional da OAB em exercício,
Claudio Lamachia, ao contrário do que se apregoa, que seria desafogar o
tribunal, a PEC lança uma cortina de fumaça sobre os problemas estruturais do
Judiciário, inclusive orçamentários, de falta de juízes e de servidores,
responsáveis diretos pela morosidade.
“Não
podemos aceitar de braços cruzados que se busque resolver os sérios problemas
da Justiça retirando dela um instrumento legítimo, que integra o preceito de
amplo direito de defesa e preserva direitos fundamentais”, afirmou Lamachia. “A
sociedade precisa discutir mais o alcance dessa proposta, que vai afetar
individualmente cada jurisdicionado quando precisar reclamar seus direitos na
Justiça”.
Ainda
de acordo com Claudio Lamachia, no momento em que se discute meios de ampliar o
acesso à Justiça, a proposta aprovada pela CCJ da Câmara lança um olhar
equivocado sobre como resolver os problemas do congestionamento de processos.
Para o dirigente da OAB Nacional, a prestação jurisdicional é um bem tão
essencial como saúde, educação e segurança, não sendo, portanto, razoável que a
população seja dela privada por falta dos investimentos necessários ao seu
funcionamento. “Hoje é fato que a capacidade instalada do Poder Judiciário não
dá conta da demanda, mas não iremos resolver esse problema simplesmente
reduzindo recursos ou criando óbices processuais para apreciá-los. Pelo
contrário, isso só tende a agravar”, disse.
Lamachia
lembrou que alguns Tribunais de Justiça, diante da gritante falta de pessoal e
de recursos, vêm reduzindo o horário de atendimento aos advogados e ao público
em geral, como é o caso do TJ de São Paulo, o maior do País. “Ouvi de um juiz
que determinado cartório judicial, que deveria funcionar com 12 servidores, só
dispõe de dois, o que justificaria a redução do horário de atendimento”,
afirmou. “Pensamos diferente. É preciso, antes de mais nada, equipar melhor o
Poder Judiciário, jamais deixar de prestar seus serviços”.
Em
fevereiro, o Conselho Federal da OAB ingressou como entidade assistente no
Procedimento de Controle Administrativo impetrado no Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) pela OAB de São Paulo, a Associação dos Advogados de São Paulo
(Aasp) e o Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp) contra a restrição de
horário imposta pelo TJ paulista.
Fonte: Conselho Federal
da Ordem dos Advogados do Brasil.
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